Durante uma cerimônia para comemorar os primeiros 100 dias de seu mandato, realizada nesta segunda-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu publicamente a proposta de arcabouço fiscal e, ao mesmo tempo, prestou um apoio ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que foi criticado inclusive por membros de seu próprio governo em relação ao plano apresentado.
Durante um discurso para todo o ministério reunido, o presidente afirmou que reconhece que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, às vezes é alvo de críticas. No entanto, Lula elogiou Haddad e sua equipe pelo trabalho realizado na proposta de arcabouço fiscal, reconhecendo que nem todos concordarão com as políticas tributárias e econômicas adotadas. O presidente expressou confiança na aprovação da proposta no Congresso e afirmou que acredita que os esforços serão recompensados no futuro.
Depois de meses de discussões e disputas internas no governo, a equipe econômica apresentou na semana passada a proposta final para um novo arcabouço fiscal. Durante as negociações, membros do PT e ministros criticaram duramente Haddad, que defendia um texto mais rígido e com menos espaço para o governo gastar, especialmente nos primeiros anos.
De acordo com Haddad, o governo enviará o projeto do novo arcabouço fiscal juntamente com a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024 ao Congresso. A data limite para a entrega do projeto da LDO, que inclui as premissas orçamentárias para o ano seguinte, é 15 de abril. Portanto, o projeto pode ser enviado com a proposta até o dia 14, e sua aprovação exigirá maioria absoluta tanto na Câmara dos Deputados quanto no Senado.
Lula fez um pronunciamento nesta segunda-feira no qual sugeriu que irá liderar o governo seguindo um caminho que contorna as exigências dos mercados financeiros e as críticas de alas radicais da esquerda brasileira. Ele afirmou que é importante que essas pessoas expressem suas opiniões para que o governo possa fazer o oposto do que elas desejam.
Lula também afirmou que não segue as alas de extrema-esquerda dentro do PT e que pessoas com visões mais radicais ajudam a mantê-lo no caminho do centro, sem deixá-lo ir para a direita. Além disso, Lula criticou a taxa básica de juros atualmente em 13,75%, afirmando que o Banco Central está prejudicando o país e o povo pobre, bem como os empresários que desejam investir. Seus ataques ao BC têm causado turbulência no mercado financeiro, mas os investidores se tranquilizaram com o tom duro do Comitê de Política Monetária sobre os riscos de desancoragem das expectativas de inflação.
O presidente do BC, Roberto Campos Neto, elogiou o “esforço” do governo com a apresentação do novo arcabouço, mas afirmou que não há relação mecânica entre uma melhora fiscal e cortes de juros.
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O presidente Lula elogiou a união dos Três Poderes contra ataques da extrema-direita em Janeiro e renovou promessas como a meta de zerar o desmatamento na Amazônia até 2030 e impulsionar uma transição energética com hidrogênio verde. No entanto, cobrou publicamente o ministro da Fazenda pelo atraso no lançamento do programa Desenrola, que negociará dívidas.
“Eu lembro que dizia na campanha que, se a gente não fizer, dá a impressão de que a gente está enrolando o povo”, disse Lula ao ministro, que estava presente na reunião ministerial.
“Como o programa se chama Desenrola, Haddad, eu queria que você e a sua equipe fizessem uma conversa na Casa Civil e preparassem esse programa para a gente lançar. Por mais dificuldade que a gente possa ter, tem que ter um começo.”
O ministro disse que o programa será lançado ainda neste semestre, mas encontrou dificuldades no desenvolvimento de software e na obtenção de dados de empresas credoras.
Lula também cobrou os bancos públicos para oferecer crédito em condições mais vantajosas aos pequenos produtores.
(Créditos a Lisandra Paraguassu e Ricardo Brito; Reportagem adicional de Fernando Cardoso; Texto de Luana Maria Benedito, edições e reformulação da notícia por Autor/Admin do noticiário MeuIR)
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