Durante sua visita à China, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva causou desconforto em Washington ao fazer críticas aos Estados Unidos. Em uma declaração na sexta-feira, Lula afirmou que os EUA não querem a paz na guerra entre Rússia e Ucrânia e pediu que o país pare de fornecer armas para Kiev. Um membro da diplomacia americana afirmou que não há problema em Lula estabelecer parcerias estratégicas com outros países, mas expressou surpresa com a forma como o presidente brasileiro se referiu aos EUA.
De acordo com essa fonte, o Brasil poderia ter um papel importante na negociação de paz no Leste Europeu se mantiver uma postura neutra e agir como um líder global. No entanto, com base nas últimas declarações de Lula, as autoridades americanas concluíram que o governo brasileiro apoia a Rússia. Para participar de uma negociação, Lula precisaria manter uma postura neutra, conforme afirmam membros da diplomacia americana.
A fonte ainda enfatizou que os comentários de Lula são unilaterais, desinformados e não construtivos. Ao dizer que os EUA e a União Europeia não querem a paz, Lula estaria repetindo a propaganda russa e chinesa favorável a Moscou. O governo americano alega que sempre tentou evitar a guerra, mas foi desprezado.
Apesar das críticas de Lula, o governo americano não pretende retaliar o Brasil e destaca a agenda densa e com muitos interesses que os dois países compartilham, como a mudança climática, os negócios, as conexões culturais, a segurança alimentar e a democracia.
Lula também defendeu o comércio entre Brasil e China com suas respectivas moedas e propôs uma moeda única entre os países dos Brics. No entanto, os americanos argumentam que o dólar é uma moeda estável, com garantias e credibilidade internacional, enquanto o dinheiro chinês não é tão atrativo, devido às restrições impostas por Pequim no fluxo de capitais.
Por fim, o governo americano se incomodou com o fato de Lula não ter feito nenhuma crítica durante sua visita aos EUA em fevereiro, mas ter criticado o país quando chegou à China.
Lula diz que EUA só pensam em si e é criticado em cúpula
Durante a sessão de encerramento da Cúpula da Governança Progressista, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez uma declaração que causou uma reação forte do presidente polonês Vladimir Spidla e deixou o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, sério. Lula afirmou que admira o comportamento dos americanos, que pensam primeiro em si mesmos e depois em si mesmos novamente, e só então, se sobrar tempo, pensam nos outros.
Ele defendeu que outros países deveriam seguir o exemplo dos Estados Unidos e ter um projeto nacional para atrair os americanos para os debates internacionais. Spidla defendeu os Estados Unidos, destacando o papel que eles desempenharam na luta contra o comunismo e ajudando o Leste Europeu. Ele pediu a Lula que não dissesse que os Estados Unidos nunca pensaram em outros países, especialmente em frente aos representantes da Romênia, da Polônia, da República Tcheca e da Hungria. Em sua resposta, Lula criticou a política dos Estados Unidos de dividir o mundo entre comunistas e não-comunistas, derrubar o comunismo e promover ditaduras na América Latina.
Ele também afirmou que os Estados Unidos têm um interesse político na manutenção do embargo econômico a Cuba por causa dos eleitores de origem cubana nos Estados Unidos. Lula pediu que as pessoas parassem de se relacionar de forma subalterna com os Estados Unidos e argumentou que, se eles tivessem participado do debate mundial, a guerra no Iraque não teria acontecido.
Ele também criticou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso por não ter conseguido nenhum benefício político ou econômico para o Brasil em seus oito anos de amizade com o ex-presidente americano Bill Clinton. Lula comparou os americanos a pessoas que enriquecem e se afastam para evitar ter que emprestar dinheiro aos outros.
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