A varejista Marisa (AMAR3) anunciou, no relatório do primeiro trimestre de 2023 divulgado recentemente, seu plano de fechar 91 lojas ao longo deste ano. Essa medida faz parte de um processo de reestruturação iniciado em fevereiro.
Durante os meses de março e abril, a empresa já encerrou 25 unidades. Segundo a Marisa, esses fechamentos devem resultar em um aumento estimado de R$ 62 milhões no Ebitda anual recorrente (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização).
Renegociação de dívidas
Além disso, essa ação também permitirá que a companhia prossiga com a renegociação de dívidas com fornecedores e proprietários de imóveis. A rede de lojas de moda feminina afirma que já renegociou seus débitos com cerca de 90% dos fornecedores e 65% dos proprietários de imóveis.
Durante uma teleconferência para discutir o relatório do primeiro trimestre, o CEO da Marisa, João Pinheiro Nogueira Batista, mencionou atrasos no pagamento de aluguéis. Ele afirmou: “Se não tivéssemos problemas de caixa, não precisaríamos fechar lojas. Usamos o atraso como uma ferramenta nas negociações devido às nossas restrições financeiras.”
Falência de Marisa?
Na semana passada, credores solicitaram a falência da Marisa em ações movidas no Tribunal de Justiça de São Paulo. A varejista enfrenta uma grave crise financeira e tem estado em processo de renegociação de dívidas com bancos desde o ano passado. A primeira ação, no valor de R$ 363,5 mil, foi requerida pela MGM Comércio de Acessório de Modas e está sendo analisada na 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais da Capital desde o dia 3 de maio.
A segunda ação relacionada à falência da Marisa está em andamento no mesmo tribunal desde o dia 9 de maio. Essa ação refere-se a uma dívida de R$ 345,7 mil que a Marisa tinha com a Oneflip Indústria e Comércio, a fabricante de calçados que entrou com o pedido.
Além disso, a Plasútil Indústria e Comércios de Plásticos também solicitou a falência da varejista de moda feminina devido a uma dívida de R$ 173,5 mil.
Dívida
No final de março deste ano, a Marisa apresentava uma dívida bruta de R$ 737,2 milhões, sendo R$ 395,6 milhões com vencimento no curto prazo. A dívida líquida era de R$ 461,6 milhões, uma redução de 21,4% em relação ao valor de dezembro (R$ 587 milhões).
Em fevereiro, o alto nível de endividamento da varejista levou ao início do processo de renegociação das dívidas com os bancos, uma vez que a empresa é obrigada a cumprir os termos dos acordos financeiros estabelecidos. Esses acordos incluem, entre outras coisas, a redução da alavancagem.
No mesmo período, o então presidente da rede de lojas de moda feminina, Adalberto Santos, renunciou ao cargo. A Marisa informou na época que havia contratado a BR Partners para auxiliá-la no processo de renegociação das dívidas e a Galeazzi Associados para ajudar na melhoria da estrutura de custos da empresa.
No primeiro trimestre de 2023, a Marisa registrou um prejuízo líquido de R$ 149 milhões, representando um aumento de 64,2% em relação à perda de R$ 90,7 milhões no mesmo período do ano anterior.
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