Durante um café da manhã com colunistas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que os próximos diretores do Banco Central serão selecionados com base em sua defesa dos interesses do governo, de acordo com a comentarista de política e economia da GloboNews, Julia Duailibi, que estava presente e compartilhou a informação em seu perfil no Twitter. Lula destacou que nomeará dois novos diretores para a autoridade monetária no próximo ano, os quais participarão das reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom), responsável por determinar a taxa básica de juros.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, durante um encontro com colunistas, que as próximas duas indicações para o Banco Central serão de pessoas que defendem os interesses do governo. Segundo a jornalista Julia Duailibi, que estava presente no evento e compartilhou a informação em seu perfil no Twitter, Lula também lembrou que tem mais dois nomes para indicar ao Copom no próximo ano.
Essa declaração ocorre um dia após o presidente do BC, Roberto Campos Neto, demonstrar preocupação com a tentativa de politização do processo do Copom por parte de autoridades.
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que não participa das discussões sobre os nomes que serão indicados pelo governo para as diretorias do BC. Campos Neto tem sido alvo de críticas por parte do presidente Lula e de outros membros do governo e aliados, devido ao atual patamar da taxa básica de juros, que se encontra em 13,75% ao ano.
Campos Neto foi indicado para o cargo pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. Durante a gestão anterior, foi aprovada pelo Congresso Nacional a autonomia do Banco Central, que garante mandato fixo ao presidente do BC e seus diretores.
Lula está prestes a indicar os nomes para as diretorias de Política Monetária e de Fiscalização do Banco Central, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem participado das discussões sobre possíveis indicados. Para assumir as posições, os nomes precisarão ser aprovados pelo Senado.
Bruno Serra, que era diretor de Política Monetária, já deixou o cargo. Além dele, Paulo Souza, um funcionário de carreira do BC, também deve deixar a Diretoria de Fiscalização.
Lula e Haddad ainda não definiram os nomes para as diretorias do Banco Central. Inicialmente, Lula havia aprovado a indicação de Rodolfo Fróes para o cargo de diretor de Política Monetária e Rodrigo Monteiro para a área de Fiscalização, mas após o vazamento dos nomes, o debate no governo regrediu devido a críticas internas e do mercado. O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou que as indicações ainda precisam ser definidas.
(Reportagem de Eduardo Simões, em São Paulo)
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